sábado, 24 de abril de 2010

Angelucane - Parte VI

Angelucane despertou confusa, aquecida pelas cobertas. As cortinas estava fechadas e por isso o quarto estava escuro. Após levantar-se descalça foi até a sala, onde os 24 caes repousavam. Alguns, como Caíd, sentaram-se, mas a maior parte limitou-se a olhá-la. Jiag-Xin-Bi-Xin foi a única que ficou de pé. Ela indagou o dia enquanto o que mais preocupava a cadela era o seu estado.
- Que dia é hoje? – Angelucane.
Jiag-Xin-Bi-Xin procurou orientação nos olhos de Caíd, o único aparentemente capaz de enfrentá-la.
- Quarta-feira. – Caíd.
A Angelucane não agradou a surpresa, mas estava decidida.
- Eu vou voltar aquele apartamento. Eu vou agora e vou sozinha. – Angelucane.
- Não. – Caíd.
- Não? Fica olhando. Ou melhor, fiquem olhando, todos vocês.
- Devíamos contar a ela. – Fang.
- Ela saberá de modo ou outro. – Jiag-xin-bi-xin.
- Vão me contar sobre... – Angelucane.
- A família mudou-se, ontem. – Caíd.
- Por que me impediu, Caíd! Por quê? Eu já o tinha nas minhas mãos e você... Por que fez isso?
- Porque era necessário e é tudo isso o que basta você saber.
Ele deu-lhe as costas e foi para o quintal dos fundos. Mas ela, querendo resposta e não suportando ser ignorada seguiu quando Jiag-xin-bi-xin não quis explicar. Angelucane o seguiu e antes que Jiag-xin-bi-xin ou outro dos vinte e dois animais a seguisse ela fechou a porta.
- Caíd. – Angelucane.
Ele parou de caminhar.
- Caíd, eu ainda não terminei. – Alngelucane.
- Eu sim. Portanto, nós terminamos. – Caíd.
- Você me dirá por bem ou por mal.
Caíd rosnou alto avançando contra ela, mas parou antes que a atingisse.
- Esse assunto acabou. – Caíd.
- O que aquele gato tem, Caíd? O que ele tem que os outros não tinham? Por que ‘ele não’? – Angelucane.
- A minha opnião devia bastar, Angelucane.
- A sua opinião não basta, a mim, há muitos anos, Caíd.
- Aquele era um animal estigmado. Virá a falecer dentro de três meses, e você terá o que quer.
- Ele não é tão velho assim.
- Não, não é.
- Mukurê e eu o encontraremos o lixo.
- Arrepender-se-á como nunca se atrever-se a me desafiar.
Ela não respondeu, tomou a guia de Mukurê e tinha já a mão na porta para liberar um dos cães quando Caíd avançou, derrubando-a.
Ele podia devorar-lhe o rosto, se assim o quisesse, e Angelucane escutou a feroz voz dele.
- Esqueça Genkijo. Ele não é um animal a ser morto por ti. Aviso-a, Angelucane, procure-o, e lhe faça mal, que estarás, para sempre, sozinha.
- Eu não preciso de você. – Angelucane.
- Estará só de todos nós, e com mais problemas do que possa imaginar.
- Considere avisado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário