sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Angelucane - Parte III

Durante a noite a chuva agravou-se e, nas janelas, os cães farejavam o que se aproximava. Caíd parou de observar para ver o estado de Kyo, o único deles que não ousava aproximar-se das janelas.
- Como você está, Kyo? – Caíd.
- Melhor não perguntar.
- É. Você sabe como ele fica quando chega a tempestade. – Ke.
- Não. Não é uma tempestade. Não pode ser uma tempestade!
- Vocês podem se calar? – Angelucane.
Caíd olhou-a e voltou a atenção para Kyo quando o clarão do primeiro raio iluminou a sala.
Kyo abaixou-se tapando as orelhas com as patas como se isso o impedisse de escutar o trovão a seguir.
O cão uivou e quando o segundo raio caiu Kyo correu incontrolável pela sala.
- Pare com isso, Kyo. – Angelucane.
- Ele não pode parar. – Mukurê.
- Kyo.
- Kyo não pode te escutar. Ele surtou.
- Kyo, é melhor me escutar e parar com isso. Agora.
Kyo correu pela cozinha esbarrando na mesa e derrubando um copo no chão. Angelucane levantou-se de sua cama e foi até a sala.
- Já chega. – Angelucane.
- Fang. Genki desu. Parem-no! – Caíd.
- Kyo não se livrará tão fácil assim. Você vai...
- Estamos cuidando disso.
Fang segurou Kyo pela coleira e teve dificuldade em arrastá-lo até o canto das almofadas. Solto ali Genki desu colocou a primeira almofada sobre Kyo e os outros cães fizeram o mesmo antes de sentarem-se sobre elas.
- Kyo, você me paga. – Angelucne.
Do meio das almofadas escutava-se apenas o uivo contínuo de Kyo...